domingo, 7 de abril de 2013

o estranho dia em que fiquei doente de tristeza

Fico chateada quando adoeço. Não gosto de embaçar essa imagem durona que há tanto tempo eu venho construindo com esforço e numa baixa de imunidade desaparece e eu me vejo sentada no chão do banheiro chorando de dor ou acordando no meio da noite sem força pra sair da cama. Me sinto perdendo um pouco de mim a cada furinho na veia, a cada novo exame que nunca mostra nada. Me sinto perdendo um pouco de mim, e isso dói mais que qualquer outra dor. Dói saber que eu sou frágil, dói precisar de cuidado, de carinho; dói me encolher na cama pra chorar escondido, dói ficar calada. A notícia é que eu passei a madrugada no hospital de novo, doente de tristeza. 

Um comentário:

carlos leonardi disse...

Oi Rafaela,

Andei doente e quase morri de tristeza, ainda ando estranhamente triste.
Sei como é adoecer de tristeza, como contigo aconteceu. Conheço todas as sensações que nos invade o Espírito e repica no corpo que se torna o habitáculo insuportável do ser.
O tempo foi passando enquanto eu caminhava pela vida e os acontecimentos se sucederam de tal forma estranha e inusitada pelo caminho, que meu jeito despreocupado e feliz foi-se sem que eu me desse conta, como na música do Arnaldo Antunes, retrato do que me ocorreu, eu me transformei do nada, rápido e sem perceber e nunca mais fui o que era, esse é o link da música, retrato fiel do que houve comigo. (https://www.youtube.com/watch?v=m3XYcV1JpFA).
Pois é... hoje eu não sou mais o Carlinhos, que era um alegre menino, despreocupado e brincalhão.
Sou solitário, não tenho amigos, quase não sorrio e queria ir embora pro outro lado. Mas fico, pacientemente aguardo o milagre improvável de voltar a ser como era e viver de novo o menino que o tempo e sua passagem violenta e pesada levaram embora.
Hoje então, lhe digo, trago no peito as dores mais contundentes da vida, mas sigo em frente, me alegro tristemente raras vezes, quase todos os demais momentos choro como o menino que sorria sol e lua todo dia e agora chove sem parar agonia e tristeza, pois todos os dias meus olhos sempre pintam de cinza os dias que se vão, belos e coloridos, eu enxergo só a ilusão da desilusão.
Enquanto espero por novos dias e multicolorida visão, trouxe pra você uma música que sempre eleva meu espírito e me faz acreditar na força de mil violinos, que virão me contar outros dias.
Pra você, espero que goste, a música, como a letra, são dias de cor!
Alegre-se!
Tchau...

https://www.youtube.com/watch?v=aLjNkyo2E08