domingo, 9 de dezembro de 2007

MOSTRA CULTURAL (19 e 20 de Out)

Já faz algum tempo, mas ainda colho impressões.
Foram dias maravilhosos de trabalho recompensado.
Dias em que planejamos chegar lá às 9:00 e sair às 11:30, acabamos chegando Às 9:40 e saindo às 16:50.
Dias em que planejei esperar ônibus 15 minutos e esperei 100.
Dias em que planejei ter a ajuda de muitas pessoas, mas só tive três.
Dias em que chorei de raiva, ensaiei na frente do espelho, dias em que procurei inspirar as pessoas a saírem de suas cavernas.
Dias em que esperei alguém que não estava lá.
Dias bons.
E até os dias que vieram depois destes me mostraram muito... Elogios correram soltos e uma tonelada de alimentos não perecíveis foram doados à uma instituição de caridade.
Projeto pensado, desejado, sonhado, PLATONIZADO (no sentido literal da palavra), consistia em criar impressões de caverna. Fomos lá, com a cara, coragem e uma pequena noção do que deveríamos fazer.
Montamos nossa caverna com TNT, lona preta e mais TNT. Lá dentro, um retroprojetor foi colocado com algumas imagens. Na entrada da caverna, alguns buraquinhos para colocarem as mãos e os olhos, e assim verem as sombras projetadas no fundo da caverna, que era branca, com fotos de Platão, nosso grande Mestre.
Élide e eu fomos responsáveis por montar essa caverna. Com três arcos de garrafa peti, nove metros de TNT, barbante, fita adesiva e muita coragem.
Projeto que me concedeu o cargo de diretora cultural do Grêmio Estudantil 2008.
V I R A N D O C A L O U R O S ~ Visite: http://www.virandocalouros2008.blogspot.com/
Blog criado por mim. =)


Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro, a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.
(Platão)



Filipe e eu ali.
Priz saindo da caverna aqui.
Saia da sua caverna você também!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Eu espero

Eu espero hoje

Eu espero amanhã

Espero até todos irem embora

Espero sozinha

Eu ainda espero o telefone tocar

Olhando o tempo passar

Mil caminhos

Que não me trazem você

O que fazer?

Se te vejo em cada rosto

A espera me devora

E, de promessas esperançosas

O vazio se fez.











Por um segundo, pensei ter esquecido a senha do blog.











Eu quero causar impressões, tocar as pessoas.
Escrevo!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Consciência Negra


Se tu, branco, soubesse o valor que o negro tem
Tomava banho de piche e ficava negro também!
- um pouco decepcionada porque hoje foi um dia muito simples. Não rolou nada, absolutamente NADA no colégio, diferente do ano passado... Ah, foi muito boooom! Palestras sobre o sistema de cotas, danças, desfiles... ¬¬
Maaaas, porém, contudo... Estou feliz \o/
Acompanhem os próximos capítulos...

sábado, 10 de novembro de 2007

Primeiro poema oficial

Por enquanto

Depois da noite chuvosa
E chorosa
O sol anuncia um novo dia
Invadindo-me com alegria
E vejo as crianças brincando
Lá fora
Quão doce é isto! - você diria
Pela janela eu vi, estão sonhando
Gostaria que o pra sempre neste dia
Fosse agora
Por enquanto...


sábado, 27 de outubro de 2007

Se Se Morre de Amor!

"Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
Compr'ender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
Arder por afogá-la me mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!"




Hoje quando fiz minha prova de bolsa, li esse poema e sorri... O fiscal ficou me olhando... hauahauahauahauah ;D
Gonçalves Dias me traduz, temeroso do amor, mas ao mesmo tempo profundo em sentimentos.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Parei de pensar e comecei a sentir


Deixando os dias comuns passarem por mim; sem muito a dizer. O melhor seria sem muito a escrever, pois às vezes sinto coisas das quais não consigo traduzir em palavras, assim como o músico que não traduz um acorde, assim como o poeta que não traduz uma entrelinha.

Andando de ônibus, as coisas contribuem sempre para o stress máximo, mas eu gosto dessa rotina. Fico observando a fisionomia das pessoas enquanto penso na vida, e penso... Cada pessoa compreende um universo. Universo esse que compreende dores, histórias, desabafos, sorrisos, amores, decepções; alguém sempre tem algo pra dizer, uma história pra contar, um sorriso pra esboçar...

Mas agora me concentro no meu universo, meu apanhado de histórias alegres e tristes, vendo as gotas de chuva caírem na piscina e meus dias escorregando pelas mãos.
Tentando analisar-me e tomar algumas decisões.


Ah... Essas realidades paralelas!
Como me confundem.
Noites frias, dias quentes, tardes vazias, cansaço latente, AURAS MEDIOCRITAS.





Resultado do meu teste vocacional: Letras e Comunicação.



;D

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Tell me what we gonna do now

Xoneeeei nessa música;



"Você não tem que tomar uma decisão
Eu só quero passar meu tempo com você
Se isso estiver certo
Me perdoe se eu fico tão tímida
Mas, às vezes você é a razão porque
Eu estou sentindo meu estômago revirar
Há uma coisa nesse seu olhar
Que me faz tão bem

Quando minha mente se abre
Você é minha alegria
Você é o meu sonho
Eu durmo e oro
Por você
Eu adoro você
Você é tudo que eu preciso
Eu amo como você me ama
Se eu fui feita pra você
Você foi feito pra mim
É tão bom pra ser (verdade)
Me diga o que vamos fazer agora

Engraçado como meu mundo continua girando
Às vezes você pode ser tão bobo
Sabe apenas como me fazer rir
Sua pele é tão amável
Eu sei que você me protege
Sinto tão segura quando você me abraça
É como se já me conhecesse."


Joss Stone

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Pagando mico.


A semana passada foi UóÓ; eita caramba, Rafaela paga mico demais!

Essa semana tambeééém... Oh my God!

- Rafaela quase cai da escada (Pri, obrigada por me salvar);
- Rafaela entra no banheiro masculino;
- Rafaela matou aula de Artes pra assistir a de Literatura, foi descoberta e expulsa;
- Rafaela não sabe o que fazer, dizer e muito menos agir. Ela fica nervosa, vermelha, a voz falha, ela finge que não vê, dá sorrisos forçados quando tudo está uma meleca.


[auto promoção é legal, vocês deviam tentar]
=D

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Foi sublime e suave
Foi carinho, foi risada
Foi mistério e muito mais
Foi doce e bonito
Foi... um momento.
Eu entendi o sinal pelo seu jeito de rir pra mim.

Pode rir, tá?

domingo, 16 de setembro de 2007

Perspectivas

É... Tem sido assim; suspirando e passando os meus mais longos dias do ano inteiro, dentro de ônibus a olhar a mesma paisagem, que parece sempre ter algo mais bonito ainda pra me mostrar, no cursinho, tirando fotos da lua, da rua, do meu allstar e do sol.


Dias em que o meu olhar aflora, tentando desenhar personalidades de pessoas, observando tudo e todos. Silenciando, mas ao mesmo tempo gritando meus sentimentos em apenas um olhar.
Então, essa paz me invade, me faz voar... Ao som de um velho banjo.

Hoje estou assim, diferente. Uma realista filha de uma boa mãe lendo poemas de Quintana e Gonçalves Dias, que é pra pensar um pouco. O coração se fere, mas não sinto mais dor.


Estagnada na divagação Machadiana de Dom Casmurro, o qual não consigo terminar de ler. É envolvente, complicado e sem sabor.




Juuuuuuro que estarei tomando conta do meu blog com mais carinho agora.








"Tudo que quer me dar
É demais
É pesado
Não há paz
Tudo que quer de mim
Irreais
Expectativas desleais"


Vanessa da Mata e Ben Harper

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Dias & Dias

Agora estarei postando redações, resenhas, análises, prosas, etc, etc, etc... Vou dar um STOP nas divagações. Para meus "apreciadores", não vou parar de escrever, afinal, a fala e escrita são os elementos que mais se aproximam do pensamento, embora às vezes pensamos coisas das quais não sabemos bem o nome... O tempo também não me ajuda. Esta é uma resenha do livro (título) de Ana Miranda, que é uma suuuuper escritora. E o livro dela mecheu comigo.





Romance

Livro de Ana Miranda, que relata o amor platônico e ideal que Maria Feliciana sustentava por Antonio, o filho do português dono da mercearia que ficava em frente à sua casa, que logo após viria a ser o poeta Gonçalves Dias, que conhecemos.
Tudo começa com um quilo de feijão verde embalado por um papel contendo um poema que falava de olhos verdes, os olhos de Maria Feliciana não eram tão verdes, mas, no primeiro momento achou que o poema fosse destinado a ela. Maria Luiza, sua amiga, que viria se tornar esposa de Alexandre Teófilo, que por sua vez era melhor amigo de Gonçalves Dias, pensava ser engano do jovem Antonio, uma vez que poderia, distraído, embrulhar o feijão verde de Feliciana com o rascunho de um poema. Ela disse à Maria Feliciana que era destinado a uma escrava, uma vez que os olhos dela não eram tão verdes, eram cor de mel, ou verde como o verde da folha da palmeira envelhecida.
Desde então, 28 anos se passam e a vida de Antônio muda, e de Maria Feliciana também, ele como um sabiá, voa longe para estudar em Coimbra. Ela, a palmeira, permanece lá, imóvel, girando e girando até ficar tonta, escrevendo cartas que nunca enviou, sustentando idealizações e com o professor Adelino como pretendente.
Quando o pai de Antonio morreu, ele voltou ao Brasil para o enterro, Maria Feliciana compareceu na esperança de poder dizer-lhe alguma coisa, mas não pôde.
Entre encontros e desencontros, viagens, amores e notícias vagas de Antonio ela vivia.
Ela caída doente, lia poemas, e até chegou a viajar para Pernambuco às escondidas na esperança de encontrar Antonio. Em vão.
Um dia, acidentalmente misturou uma carta para Antonio com outra para Maria Luiza. Quando deu por si, recebeu uma carta de sua amiga que a parabenizava pela coragem de se declarar a Antonio, e que iria enviar a ele com muito prazer. Estava feito. Sem querer e com temor, a carta chegou até ele.
Nessa carta, Feliciana contava tudo, falava sobre embrulho de feijão verde, as vezes que girava até cair no chão, a morte do pai de Antonio, as voltas que a vida dela deu e sua paixão, ainda latente por ele.
Ele escorregava pelos ombros de mulheres alheias, amou poucas delas, mas acabou se casando com Olímpia Coriolana, um casamento sem amor, induzido, quase forçado.
Coincidência ou não, Antonio estava voltando para o Brasil. Talvez largasse a mulher e viveria o amor com Feliciana ou talvez viria meramente a passeio.
O corpo dele foi encontrado à beira-mar, o navio que ele havia embarcado naufragou, e Maria Felicina o aguardou até o anoitecer, sentada no porto.
Com ele, foi encontrada a carta dela.

As características predominantes neste romance são:
Exagero sentimental.
“Proesia” (trechos do livro em que são mescladas a prosa do eu - lírico e a poesia de Gonçalves Dias)
Narrador em primeira pessoa.
Idealismo.


Impossível seria falar sobre Dias e Dias sem falar em mim. Platonismo e Idealização são pouco “praticados” hoje. Imagino-me no lugar de Feliciana, talvez não teria esperado tanto tempo. Imagino-me lendo os poemas de Gonçalves Dias e me sentindo um pouco parte deles. Imagino-me girando até cair no chão ou deitada sob uma abertura no telhado a olhar o céu e idealizar meu amado, que se encontrava tão distante. Impossível não pensar em meus olhos verdes. Em verdes equívocos. Em uma longa espera... Em Dias e Dias de múltiplos sentimentos.
Dias de minha espera, minha alegria, minha tristeza. O amor de Feliciana não foi realizado, mas poderia ser. Não se sabe se Gonçalves Dias estava voltando ao Brasil para encontrá-la e viver um amor. O que restou foi o corpo dele num naufrágio com uma carta em suas malas. Carta de Maria Feliciana. O amor... Ele sim, vale a pena.
Saudade é um dos sentimentos mais urgentes que existem.


[...] “E há dias e dias sinto meu coração como um sabiá na gaiola com a porta aberta, tenho vontade de girar, girar até ficar tonta e cair no chão, como eu fazia quando era menina. Trago em minhas mãos os versos que Antonio escreveu para meus olhos. A poesia fala de olhos verdes, e naquele momento, quando li pela primeira vez, acreditei que fossem meus olhos”
[...] Ana Miranda




[...] “Assim eu te amo
Assim, mais do que podem dizer-to os lábios meus
Mais do que vale cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti
Por tudo quanto sofro
Por quanto já sofri
Por quanto ainda me resta sofrer
Por tudo
Eu te amo.”

[...] Gonçalves Dias




Quando a arte corre em ti, não é preciso interpretá-la, pois ela significa algo só teu. Exclusivamente teu. Ela faz morada e flui em ti. Ninguém entende a alma do poeta. Mas ele vive mais que qualquer um. Ele sim, sabe amar. Ele sim, sabe o que é a verdadeira essência da arte.

domingo, 29 de julho de 2007

Talvez possamos ficar.

Se um dia Papai do céu mandar um marido pra mim, gostaria de escutar essa música no meu casamento. (estranho dizer isso¬¬)


WATER UNDER THE BRIDGE
Água debaixo da ponte



I do not love you the way I did when we met
Eu não lhe amo como amei quando nos encontramos
There are secrets and arguments I haven't finished yet
Há segredos e argumentos que ainda não concluí
But it's only that grace has outived our regrets
Acontece que a graça sobreviveu a nossos lamentos
We're still here
Ainda estamos aqui

Maybe we can stay
Talvez possamos ficar

'Til the last drop of water flows under the bridge
Até que a última gota d'água corra por debaixo da ponte
We can stay
Podemos ficar
'Til the last drop of water flows under the bridge
Até que a última gota d'água flua por debaixo da ponte

There are times meant for breaking
Há momentos que são para a separação
And words to ignore
Palavras para se ignorar
And a bent to our soulse
Para nossas almas o prostar-se
When our skin is at war
Quando nossa pele está em guerra
If leaving were freedom
Se partir significasse liberdade
Well, we'd both walk right out of that door
Bem, nós dois então sairíamos por aquela porta


Maybe we can stay
Talvez ainda possamos ficar
'Til the last drop of water flows under the bridge
Até que a última gota d'água corra por debaixo da ponte
We can stay
Podemos ficar
'Til the last drop of water flows under the bridge
Até que a última gota d'água flua por debaixo da ponte
And the years roll bye
Os anos passam
And you hold my hand
E você segura a minha mão
While the shadows stretch over the land
Enquanto as sombras se estendem pela terra
Crumble and fall in my arms
Diminua-se e caia em meus braços
And we'll struggle to hold one
Lutaremos para aguentarmos firmes
Waters, they riseas
Águas, elas sobem
And they carry our hopes and our dreams away
E elas levam as nossas esperanças e os nossos sonhos embora

Baby, we can stay, stay
Baby, podemos ficar, ficar
And the years roll bye
Os anos passam
And you hold my hand
E você segura a minha mão
And the shadows stretch over the land
As sombras se estendem pela terra

Baby, we can stay
Baby, podemos ficar

'Til the last drop of water flows under the bridge
Até que a última gota d'água corra por debaixo da ponte
We can stay
Podemos ficar
'Til the last drop of water flows under the bridge
Até que a última gota d'água corra por debaixo da ponte
We can stay
Podemos ficar
'Til the last drop of water flows under the bridge
Até que a última gota d'água corra por debaixo da ponte



[Jars of Clay]

sábado, 28 de julho de 2007

Saudade

Últimos dias de férias, e finalmente fiz algo.
Andei de bicicleta até o fim da quadra (onde dá pra ter uma visão liiinda de Taguatinga), sentei lá e fiquei escutando Matisyahu enquanto pensava na vida.
Voltei pra casa, dormi e voltei a fazer as minhas famosas pulseirinhas e cordões... Ah, bijuteria me acalma...
Aproveitando meu tempo, escrevendo, lendo...
Visitei a vovó hoje, visitei a velha casa, a velha cidade que antes parecia tanto comigo. Eu me fui e ficou um pedacinho de mim lá, e eu trouxe um pedacinho pra cá também. Ruim é pensar que o povo que eu via direto na rua e na igreja estão longe de mim, e pior ainda é ser uma visita na casa deles. ù.ú
E quando a gente (era?) criança, brincava lá na frente de casa de pique bandeira, queimada... Ah, era legal. Ficávamos com os pés sujos, roubávamos manga de uma casa abandonada na frente da minha, apostávamos corrida. E minha mãe sempre gritando com os meninos: CUIDAAAAADO!!!
Agora pensando como a vida é curta... Quem sou eu pra dizer isso? Apenas 15 anos nas costas. Sinto saudade daquele tempo, do cheirinho da terra molhada e a vista da janela do meu quarto, do pé de abacate, das conversas no do portão, da piscina de criança que a gente dava hiper saltos, dos meus banhos solitários de chuva, do brigadeiro na panela, do quintal molhado e dos nossos tombos, da cadela que morreu de pneumonia, do teto... Ele é diferente do teto da casa atual que nas minhas crises vivia escutando "Yesterday"... A água da chuva escorria pela janela, eu abria e deixava a chuva cair no meu rosto, saudade da cerâmica desigual, da pintura amarela (que eu odiava), da porta que não fechava, da varanda, das três cadeiras que ficavam lá, da casinha do cachorro, dos pôsters na quarto trazidos pelo meu Tio Ricardo (saudades dele que se foi também), dos amores, das amizades (que infelizmente não duraram) do café que esfriou enquanto eu esperava por alguém... O bolo virou biscoito, a pipoca virou borracha, a coca-cola perdeu o gás, e essa pessoa não veio.
Casa que trás lembranças... E saudade.
Meu Tio, ah meu tio... Doía falar dele. A morte sempre dói. O que mais me doeu foi esperar ele voltar do hospital pra eu poder dizer pra ele que nos havia passado um susto, e chamar ele de feio, bater nele e dizer que ele fingiu ter um desmaio, porque nem doente ele estava... Mas ele não pôde voltar. Até hoje não se sabe o que causou a morte dele. Ele estava deitado no sofá, suspirou, desmaiou... Foi pro hospital, depois desse dia não o vi mais, nem me lembro de como foram os dias depois deste, era 30 de junho, eu acho. Não queria falar com ninguém, nem queria dormir no meu quarto, ia pro colégio, mas eu estava dormente, estática. Meu aniversário passou e eu não pude vê-lo lá pra me zuar, ele também não pôde comemorar o próprio aniversário de 24 anos.

Ele dizia: "Você é um monstro!" com a voz fina do biscoitinho do filme do Sherek, criticava as minhas músicas, escutava RAP =P... Aquela casa também tem a cara dele, boa época em que ele veio morar conosco.
A gente se pergunta e se admira como a vida muda.
É assim que se aprende, a gente cesce, a vida passa.

sábado, 21 de julho de 2007

Crazy times.





Essas férias têm sido sedentárias.

TV, cama, sofá, pc, TV, cama, sofá, pc...




Só porque hoje eu pulei pra caramba com o tri campeonato do Handebol feminino fiquei com as pernas doídas. [atleta pé de chinelo eu, hein?] ¬¬


Esses dias têm me feito pensar. Bom... Na verdade não preciso de MUITOS motivos pra pensar, minha mente vaaaaai e volta, vai longe... Ainda bem que nosso Deus é tão perfeito que nos deu a capacidade de não escutar pensamentos dos outros.


Esses tempos loucos, essa solidão... Leio umas páginas do meu livro de filosofia, nada entra na cabeça.

Me fez lembrar da minha infância. Eu era uma CDF intocável, perfeita. Ganhava estrelinhas na testa, carimbinhos no caderno, fazia minha mãe chorar de emoção nas reuniões, não saída de casa a não ser pra comprar uns doces na mercearia do Marcelo, que ficava do outro lado da rua. Todos têm a impressão de que suas infâncias foram perfeitas (isso se chama saudosismo), a minha nem tanto, mas eu aproveitei, e pasmem... Eu NUNCA joguei BETE. Era uma nerdinha com futuro, um pouco pressionada e com medo, mas eu era. Até o terror da coisa chamada recuperação, que aconteceu pela primeira vez este ano, é, sim... Uma tragédia. Inclusive, deveria aproveitar o tempo para resolver minhas listas de recuperação em MATEMÁTICA ao invés de ficar aqui me lamentando.

A história foi assim: Eu fazia (faço) as tarefas de casa SEMPRE, pode chover canivete, essa é uma prioridade minha. Então os pontinhos de conceito eu garantia até porque não tenho mais idade pra ganhar estrelinhas na testa e carimbinhos no caderno, mas nunca me desenvolvia nadinha nas provas de matemática, eu não sei o que acontecia... Parece que quando eu tocava naquelas folhas minha mente ficava bloqueada, então eu fazia umas merdas que sinceramente não dava pra entender.
O que me deixava (deixa) mais frustrada é que eu tenho que estudar o DOBRO que o Adri, pra poder titrar uma nota que talvez seja a metade da dele, que verdadeiramente é o mestre dos números. Já minhas aptidões aplicam-se em humanas.

Bem, o resultado disso foram 5.5 míseros pontos em matemática¬¬, uma nota não tão ruim comparada aos meus colegas hohhohohohohohoh x) (risada sarcástica), teve gente que conseguiu 3,5 ; 2,0... Mas eu não mereço ser comparada à isso. Já o Adri, bem... 8,5. ps.: Só ele, da minha sala não ficou de recuperação.


Ah, que vergonha.


Não posso esperar que as férias passem assim por mim, com muitas preocupações por não ter realizado o que eu pretendia até agora, não descansei a mente, descansei o corpo de tal maneira que até dói, mas amanhã... Ah, amanhã! Vai ser um bom dia, eu espero.
Mas não vão pensando que eu sou essa aluna relapsa, o mantra que minha mãe aplicou sobre mim ainda funciona, sou uma garota apenas responsável agora, não mais CDF como antes (infelizmente?). E...

UnB, me aguarde... Eu tô chegando!




quinta-feira, 19 de julho de 2007

Oh my God

Oh meu Deus, olhe só este lugar
Os dedos enlaçam em volta do osso
Você ordena pausa e ajusta o tom
Belos vôos, o futuro desmorona
Sobre a dor do presente.
Todo tolo diz: “oh meu Deus”
Oh meu Deus, porque temos tanto medo?
Fazemos pior quando não sofremos
Não há cura para a nossa enfermidade
Diga uma frase e se levante novamente
Ou finja que morreu e conte apenas para seu melhor amigo
Oh meu Deus
Oh meu Deus, posso reclamar?
Você tira de mim a minha segura fé e insere a minha alma em seu luto
Núpcias, navios e álibis
Todos dispersos e uma mãe a chorar
Mentirosos e tolos, filhos e fracassos
Os ladrões sempre vão dizer
Perdidos e achados, viajantes indispostos
Curandeiros sempre dizem
Promíscuos e anjos, homens com problemas
Retirantes sempre dizem
Aqueles com corações partidos, solitários
Os órfãos sempre dizem
Iniciantes de guerra, preconceituosos raciais
Pregadores sempre dizem
Pais que estão longe, combatentes vencido
Doadores sempre dizem,
Romeiros, viúvas solitárias
Usuários sempre dizem
Mães assustadas, céticos cautelosos
Salva-vidas sempre dizem
Comumente não consigo perdoar
E atualmente a misericórdia perfura profundamente
Se o mundo fosse como deveria, talvez
Eu conseguiria dormir um pouco
E enquanto me deito, sonho que somos melhores
Os padrões se vão e os rostos brilham
Quando acordamos, odiamos nosso irmão
Ainda nos esforçamos para machucar uns aos outros
Às vezes posso fechar meus olhos
E todo o medo que me mantém calado cai sob minha dificultada respiração
O que me torna tão mal resolvido?
Todos temos a chance de matar
Todos sentimos a necessidade de um milagre
E ainda queremos lembrar que a dor vale o despojo (trovejar)
Às vezes quando perco o controle, fico imaginando o que fazer sobre o céu
Todas as vezes que pensei em chegar lá em cima
Todas as vezes que tive que ceder
Bebês debaixo de seus berços
Hospitais que não podem cuidar das feridas que o dinheiro causa
Todo o conforto das catedrais
E o choro das crianças sedentas, esta é a nossa herança
E toda a ira de mães a velar, esta é a nossa maior ofensa

Oh meu Deus
Oh meu Deus
Oh meu Deus
Jars of Clay

Imagem de Jean Michel Basquiat

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Agora explico.

O nome do meu blog é PARADISE OF FEARS... Já almeijava criar um, mas meus nomes clássicos já tinham donos.




  • Jarsgirl


  • Theseordinarydays


  • Maybetomorrow


e outros... mas, blah... Deixemos de lado.





Um belo dia, escutando VIRTUD, uma musiquinha chamada Not Alone, escutei essa expressão.



Mas, como assim um paraíso de medos? Tá... Descobri o significado disso pra minha vida mesmo. Acho que apliquei-o também. Costumamos reclamar tanto... De tudo, de todos, das circunstâncias. Vivemos em um "paraíso" com medos que nós mesmos inventamos, barreiras que criamos para nossas próprias vidas. Falando de mim mesma, o medo de TENTAR, de não AGRADAR, de ser REJEITADA. Coisas assim.





"Take your broken dreams



Lost and left away



Where the silence lives



Where you meet the pain



Paradise of fears



Fire without a flame



Face without tears



Tears without shame"[...]




Pegue seus sonhos quebrados


Perdidos e deixados para trás


Onde o silêncio vive


Onde você conhece a dor


Paraíso de medos


Fogo sem a chama


Rosto sem lágrimas


Lágrimas sem a vergonha"







Mais ou menos assim.



:D

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Mais uma...

Verdes equívocos


Quando li o livro “Dias & Dias” de Ana Miranda não sabia se ficava triste ou feliz pelo final. Ficava triste porque a história era quase a minha e feliz por ter lido antes do “resto” da sala e assim poderia ficar em infindáveis diálogos intelectuais com meu professor de Literatura enquanto eles faziam aula de leitura ou algo assim. =D




Ele mesmo disse que quando leu o livro lembrou-se de mim, pois Gonçalves Dias havia escrito um poema que, acidentalmente ou não, caiu nas mãos de Maria Feliciana. O poema falava de olhos verdes. Bem, meu olhos não são EXATAMENTE VERDES, acho que isso às vezes depende do meu humor. Exatamente. A minha dúvida era a mesma de Feliciana, pois os dela também não eram tão verdes assim, e ela pensava que o poema era para uma escrava. Que tristeza. Ela nunca descobriu se eram ou não, mas forçou-se a acreditar que sim.






Certo. Eu nunca recebi um poeminha sequer, ainda bem que essa dúvida não era comum entre nós duas. Outra coisa comum eram os encontros e desencontros. Ela o amava antes de se tornar poeta, ela conhecia o Antônio do seu Manoel, o dono da mercearia e não o Gonçalves Dias que todos nós conhecemos hoje. Eles NUNCA tiveram “contato”, o máximo ocorreu quando ela comprou um quilo de feijão verde na mercearia de seu Manoel, (Antonio ou Toinho, como diria o Fabrício a atendeu, embrulhou seu quilo de feijão) e no embrulho ela achou o poema. Pff... Que desanimador pra um romance! Só isso? [risos]
Depois ele foi embora pra estudar em Coimbra, voando como um sabiá. Ela ficou lá, imóvel como a palmeira. Fugiu pra Pernambuco na esperança de encontrá-lo...
Coisas em vão. O final não conto, pois tenho que criar expectativas para quem lê isso aqui, ler também o romance da Ana Miranda.
O meu amor é quase assim, Maria Feliciana amou Gonçalves Dias durante 28 anos, eu ainda tenho 26 anos pela frente para amar o “meu” poeta. Na verdade, ele não é tão meu assim. Mas é só pensar nele que a poesia surge. A minha poesia, sem métrica e com umas riminhas pobres, tadinhas. Diferente das dele, ele é compositor. Poeta. O meu amado poeta.
Ah... Como a nossa vida muda. São momentos.
Como eu ficava feliz de conversar com o Fabrício sobre a minha vida de Feliciana!





Fabrício: professor de literatura.
xD
Na verdade minha história não acabou ainda, espero que também não acabe como a de Feliciana.






Boa noite.