sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Bonita como um ipê no mês de agosto

É sempre assim quando vai chegando agosto, os ipês nas ruas começam a ficar secos, depois floridos amarelo-rosa. No meio de toda essa seca, desponta a beleza em flor entre o concreto. Um encanto brasiliense, que talvez só dentro da gente é capaz de gerar essa inquietação.
Talvez a beleza aconteça assim, mostre seu melhor lado na adversidade. E talvez seja justamente bonito esse contraste poético... Dias atrás, descobri não ser bonita. Não que seja algo que eu valorize. Admitir sua feiura pode ser um ótimo filtro de babacas, Bukowski concordaria comigo. Mas aí eu descobri que beleza não é algo que torna as pessoas neuróticas e chatas. A real beleza é aquela que a gente adquire com o tempo. Que só gente que passou pela vida sem superficialidade possui, que se esconde nas rugas do velhinhos. E eu quero ser bonita assim. Como as divagações do Bukowski, como um ipê no mês de agosto.

2 comentários:

Juliana disse...

Rafa, que texto lindo!
Hoje mesmo saí pra fotografar uns ipês amarelos e fiquei pensando porque eu gosto tanto deles. Eles ficam escondidinhos durante todo o ano, e depois ainda perdem todas as suas folhas, mas qd sai a florada, são a coisa mais linda que há no meio dessa Brasília.
Eu não tinha pensando sobre a beleza mostrar seu melhor lado na adversidade, mas seu texto me fez refletir.
E o engraçado nessa comparação com o ipê, é que, percebi que na maior parte do tempo eu me sinto um ipê desfolhado, cujas flores nem querem sair. Eu também quero ser bonita como um ipê no mês de agosto.

Rafaela disse...

Ju, suspeito que ipês são mágicos! E que aparecem estrategicamente nos meses em que a gente mais sofre com essa seca, quase como um prêmio.
Eu sempre soube que a beleza, essa que comento no texto, só surge na adversidade; porque me sinto bela justamente quando mostro meu lado mais sensível... Só aí a gente floresce.