quarta-feira, 22 de agosto de 2012

21 em 21

Não sei que peso é esse que a gente carrega o ano inteiro e despenca no dia em que o planeta completa sua volta ao sol desde o dia em que nascemos. Era mais fácil passar por isso há algum tempo atrás. Vestia meu melhor sorriso e encarava todas aquelas vinte e quatro horas de transição. Não sei o que aconteceu dessa vez. À noite, eu chorei. Passei pelo dia invicta, de cabeça erguida, sozinha. Mas à noite, eu chorei. Não lembro como começou, mas depois as lágrimas ardiam em minha pele. Já não sabia se chorava de dor ou de tristeza. Até que adormeci. Fui coroada com ipês amarelinhos. 21 em 21, o mais difícil de uma existência inteira.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Rir de tudo, chorar por qualquer coisa. Eis o mal do extremo afeto em agosto.

Camila Oliveira

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Bonita como um ipê no mês de agosto

É sempre assim quando vai chegando agosto, os ipês nas ruas começam a ficar secos, depois floridos amarelo-rosa. No meio de toda essa seca, desponta a beleza em flor entre o concreto. Um encanto brasiliense, que talvez só dentro da gente é capaz de gerar essa inquietação.
Talvez a beleza aconteça assim, mostre seu melhor lado na adversidade. E talvez seja justamente bonito esse contraste poético... Dias atrás, descobri não ser bonita. Não que seja algo que eu valorize. Admitir sua feiura pode ser um ótimo filtro de babacas, Bukowski concordaria comigo. Mas aí eu descobri que beleza não é algo que torna as pessoas neuróticas e chatas. A real beleza é aquela que a gente adquire com o tempo. Que só gente que passou pela vida sem superficialidade possui, que se esconde nas rugas do velhinhos. E eu quero ser bonita assim. Como as divagações do Bukowski, como um ipê no mês de agosto.