quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Parte 8, página 18.

O que é amar? É ter a pessoa tão dentro de nós tão fundo e num tão incomportável grilhão que dela nos sentimos marcar a fogo e basta fechar os olhos para ver em si e de noite ela nos faz tormentas e de nosso corpo uma fornalha e é a quem queremos ter sempre mais, a quem nos queremos desvelar e por quem partimos ou por quem ficamos e para quem queremos dar toda a limpeza do sol e das estrelas, dizer todas as falas de nosso saber e nos deixa metidos em correntes, colares aos pescoços, algemas nas mãos e ainda assim avoamos feito as aves. Depois de ter o seu rosto por um muito longo espaço tão perto do meu e seus olhos tão dentro dos meus, se foi pelo oceano[...]

Desmundo - Ana Miranda (adaptado)

Sobre escrever e estar triste, ou vice-versa.

"Será que ela sempre terá que passar por isso pra escrever suas músicas?" - disse o pai de Amy Winehouse numa entrevista de seu DVD Live in London, a respeito de vê-la sofrer ao se dar mal num relacionamento. "Todos passam por coisas assim, não?" - disse ela jogando o cabelo pelos ombros. "Quando canto uma canção, tento me lembrar de como me senti no momento em que a escrevi. Termino quase sempre em lágrimas." Am I a little bit Amy Winehouse?
Boas notícias então. Ou más. Brancura em folhas novamente.
Não tenho mais palavras doces a proferir sobre sofrimento, essas que geralmente me cabem tão bem... Motivos para estar triste? Sempre. Motivos para estar feliz? Um basta para anular todos os outros.
Vim aqui escrever já que conheci um moço muito simpático há pouco tempo que disse ler meu blog há dias. Ler meu blog tudo bem. Há dias é covardia! Me desnuda um bocado!
Estarei voltando. Com outros motivos de inspiração agora. Rios de palavras dentro de mim. Vou abrir a represa.